segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O GRITO E O RESTO

Aos deuses, por tudo que fui,
nada tenho que agradecer...
Aos homens, por quem me construí,
resta só angústia e abrasão...
Aos pais, de quem eu me vi,
sobrou o espelho e a ilusão...
Aos filhos, pra quem me servi,
e me assistiram perecer...

Hoje restou dos deuses a falácia, dos homens a desgraça, dos pais a parafernalha que aos filhos foi ditada.
Só resta um sopro pra nós; um único suspiro para todos nós... um único algoz... a solitária voz, que ainda insistem em renegar.
Porque em silêncio estamos mortos na verdade da consciência. Mas se eu grito, tú gritas e ele grita, então nós mudamos, vós mudais e todos eles mudam!
(Felipe Amorim - dez/2011)

Um comentário: