Madrinha, nos primórdios da religião, queria dizer “a mãezinha responsável pelo desenvolvimento espiritual”, ou seja, era dela a tarefa de encaminhar a criança para o caminho da fé e do transcendental.
Por isso madrinha, venho pedir-te alguns favores. Ensina-me aquilo tudo que puder, mas especialmente:
Ensina-me as faculdades. Não aquelas do diploma e do papel. Ensina-me a faculdade de pensar, refletir e raciocinar sobre minha existência, de aprender a aprender aquilo tudo que eu puder e de decidir sobre minha vida com maestria e sabedoria. Ensina-me a faculdade do saber.
Ensina-me a disciplina e a paciência. A disciplina que me leva adiante com os meus objetivos e a paciência para vê-los sendo alcançados por mim; uma inteligente paciência e uma paciente inteligência. Ensina-me, por conseqüência, a habilidade de gerar aquilo que desejo; o que defino como PODER. Ensina-me também a capacidade de conquistar estes desejos; o que por definição trato como SUCESSO.
Ensina-me a arte de amar. Ensina-me a desenvolver meu amor a suficiente grau que eu possa incluir muitas pessoas em minha vida, para que me acrescentem. Mas que esse amor seja também por mim mesmo tão verdadeiro e honesto, que me dê o direito de excluir algumas delas. Porém, ensina-me a ser eternamente responsável por quem houver de cativar. E que nunca me esqueça que devo, racionalmente e responsavelmente, mas nunca incondicionalmente, perdoar.
Ensina-me a ser íntegra. Ajuda-me a eliminar crenças e preconceitos que me limitem e que limitem minha prosperidade, mas ensina-me a ser suficientemente íntegra a ponto de ser eu mesma (a mesma pessoa) por toda a minha vida. Além disso, ensina-me a ser capaz, e tão capaz em tudo que eu fizer, que isso me dê o direito de ser honesta.
Ensina-me a ser grata pela vida e, claro, por Deus. Ensina-me Deus não como todo mundo espera de nós, mas como eu o sentir presente e vivo em minh’alma e em meu coração. Ensina-me inclusive a questioná-lo, tornando assim minha fé ainda mais viva e forte, porque daí então estarei tão certa da verdade de Deus que isso suportará quaisquer dos meus questionamentos.
Ensina-me a ser coerente. Mostre-me como é ser coerente entre aquilo que penso, aquilo que digo e aquilo que faço, para que eu possa um dia ser exemplo de vida; como hoje tu és para mim. Mas, principalmente, que eu possa ter a mente calma, quando é justo a coerência a responsável por aquietar a mente humana.
Ensina-me a solitude. Diferente de solidão. Ensina-me a solitude como a arte de estar em contato comigo mesma e com meu íntimo, meus pensamentos e devaneios, para que eu me conheça tão bem e profundamente a ponto de me amar incondicional e verdadeiramente.
Ensina-me a ter comigo mesma um compromisso inabalável de ser feliz. Ensina-me a nunca lançar minha vida e minha felicidade ao destino ou colocá-las nas mãos de alguém. Ensina-me a tornar-me responsável, eu mesma, pela minha felicidade.
Ensina-me a viver sonhando, como a única coisa que move verdadeiramente o ser humano. E mais, ensina-me a, sob hipótese alguma, desistir daquilo que sonhei. Ensina-me isso tão bem a ponto de ter o dever de sonhar e modificar esses sonhos sempre que eu desejar; ensina-me a ser flexível comigo mesma o suficiente para me aceitar incondicionalmente, até que as mudanças sejam feitas.
Madrinha, por fim, te faço dois últimos pedidos: ensina-me que, em qualquer lugar a qualquer tempo as pessoas sempre serão muito mais importantes que as coisas. E ensina-me que daqui por diante, aconteça o que acontecer, uma coisa eu sempre deverei ter em minha mente; a consciência exata de que eu nunca vou me abandonar!
Espero assim, Madrinha, que ao fim da vida eu possa olhar para o lado e estar cercado apenas daquilo e daqueles que me interessam, e que eu consiga achar aquela pequena porção de paz que todos procuram, mas poucos conseguem encontrar chamada FELICIDADE!
Obrigado por fazer parte disso tudo Madrinha, eu amo você,
Gabriela.