Na minha infinita imperfeição e sublime pequenez, ainda não consigo admitir...
que a mesma mão usada para afagar um filho possa empunhar uma arma e barrar a existência de um irmão;
que a mesma boca que declara a paixão possa destruir a esperança daqueles que, muitas vezes, mais amamos;
que os mesmos olhos que contemplam as maravilhas do universo estejam sempre fechados aos que, realmente, precisam ser vistos;
que os mesmos ouvidos que agraciam uma suave sinfonia possam olvidar aqueles que bradam por socorro;
que a mesma mente que descobre o átomo nunca tenha pensado em como encobrir a miséria e destruir as diferenças;
que o mesmo coração que grita o amor possa se calar em ódio e vingança, fazendo do ser reduto de rancor e mágoa e trilho contrário a ordem natural de todas as coisas.
Dói... é claro que dói! Porque, como já dizia o menestrel: ‘Paradoxo dói...’
E no meu planeta, eu sentei e chorei, por sentir quão longe estamos de tudo aquilo que seria necessário para que fossemos dignos de existir; para que fossemos dignos do dom que recebemos: a vida!
Felipe Amorim - abril/2008
:)
ResponderExcluirCada vez gosto mais do que escreve! Daisy
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